One way or another


Mais um ano se passou e lá vou eu completar mais um outono na terra. E que ano conturbado  foi esse. Mudanças de cidades, de serviços, de vida, processos na justiça, brigas desnecessárias, traições de amigos e tantas outras temáticas dignas de uma novela mexicana, ou mesmo de um seriado americano de baixo orçamento. Mas o importante é que eu sobrevivi, aprendi, evolui e levo comigo experiências que pessoas com muito mais outonos (ou primaveras) que eu, não a possuem. Essas experiências fazem toda a diferença na minha forma de ver o mundo, sem mudar em nada minha essência. Continuo o mesmo amigo que se anula em função do outro, a mesma pessoa que dá crédito total a pessoas completamente estranhas. Continuo acreditando na bondade humana e o mais importante de tudo, continuo acreditando na transformação. Nada é imutável e todos são passíveis de evolução. A solução inicial dos meus problemas foi me afastar de todos aqueles que não visam crescimento, que não visam um amanhã diferente, melhor. Ainda não consigo entender como convivi com tanta gente acomodada em sua subsistência, pessoas cujos objetivos de vida eram sobreviver, nada mais que isso. Alimentar-se, festar, gastar e nada mais. Eram companhias agradáveis, assumo, mas por dentro vazias e pra mim isso não bastava, preciso conviver com gente que tenha um nível cultural interessante ou que busque o melhoramento, que busque novos horizontes, que almeje crescimento profissional e pessoal, que queira não apenas existir e sim fazer a diferença em sua existência por aqui. É pedir muito que as pessoas reflitam? Que construam opiniões embasadas em argumentos válidos? Que não apenas vivam uma vida rasa ou mostrem ao mundo uma vida que não faz parte da sua realidade?  

Família, agradeço a minha por tudo que eu sou, devo não só a minha vida aos meus pais, mas a minha formação educacional, cultural, pessoal. A confiança em mim quando ninguém mais confiava. A fé em mim depositada quando nem eu tinha esperança. Independentemente dos meus atos, das minhas neuras, das minhas decisões, os dois sempre estiveram ao meu lado. Mesmo que com o coração partido, me apoiavam incondicionalmente. A distância foi algo muito importante, só assim consegui dimensionar, não em valores exatos, mas uma noção da falta que me fariam, e ao mesmo tempo do quanto aprendi com eles e do quanto consegui aplicar em minha vida, em meu próprio caminho. Obrigado por estarem com as mãos estendidas quando resolvi voltar, não uma, mas duas vezes. Nem tudo segue o nosso planejado, aliás, quase nada segue conforme o planejamento nessa vida. E essa é uma das magias de viver dia após dia, a surpresa do inesperado aliada a ansiedade do que está por vir. 




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