Achar e Perder

Dias e dias se passaram desde o dia que resolvi tentar algo novo e mudar completamente a minha vida. Três meses completei essa semana aqui em Lucas do Rio Verde. Nem eu acredito que estou conseguindo viver sem agito, sem movimento e sem o ritmo louco e desenfreado de uma cidade grande, que eu tanto gosto. Acredito que está sendo para a minha mente como se eu estivesse tirando férias por aqui. Meu maior medo é quando perceber que isso não são férias, quando a rotina começar a falar mais alto e eu me estressar disso tudo. Porém, há uma coisa na vida do ser humano que o ajuda a não cair na rotina, uma coisa que não nos deixa estressar, uma coisa que eu vim buscar aqui e tenho encontrado. Não estou falando de amor, óbvio, estou falando da recompensa monetária, de dinheiro. Mesmo quando nós trabalhamos com o que gostamos, o salário no outro mês recompensando todo o esforço anterior nos dá um gás, nos dá forças para continuar na lida diária. Ao menos comigo, um mero mortal assalariado, é isso que acontece. 

Nesse tempo aqui, já morei em duas casas diferentes, já dividi o aluguel com duas pessoas diferentes e hoje moro sozinho.Vivi e vivo muita coisa. Passei e passo por diversas experiências interioranas (sem preconceito algum,que fique claro), vivo uma nova a cada dia. O fato de o supermercado fechar sete e meia da noite, até hoje é um espanto para mim. Farmácia fechando na hora do almoço? Sim, isso acontece por aqui. Esse choque cultural é legal, eu gosto do novo. Sempre gostei de novidades e nunca tive problemas de adaptação. Talvez isso se deva ao fato de que vivi mudando de escolas, de amigos, depois fui crescendo e continuei mudando, dessa vez de  faculdades, de cursos, de empregos. Estou em constante mutação. Li um pensamento da Lya Luft hoje cedo e é bem isso ai mesmo que torna a vida tão fascinante. Essa incerteza do que queremos, essa busca que nos motiva, que nos faz agir, esse achar e perder, e continuar buscando, nos torna humanos. 


"Não saber exatamente o que queremos, mas procurar, achar e perder, e


continuar buscando, na mais saudável inquietação, é que torna a vida

tão fascinante, e faz valer a Pena..."

Lya Luft*







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